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Nossas idas ao estádio eram feitas em uma meia hora de caminhada, coisa que eu nem sentia. A gente ia falando dos jogadores, chutando o tamanho do placar e quando se dava conta já estava lá, na "curvinha" da geral. Os anos 1990 foram tempos de altos e baixos. E teve época de vacas muito magras. O clube até organizava uns bingos para arrecadar dinheiro e fechar as contas. Esse era outro programa que eu e meu velho adorávamos. Nunca ganhamos nada, mas era super divertido. Toda final de Campeonato Catarinense era uma briga. Eu queria ir, mas minha mãe tinha medo da multidão e não deixava. Fiquei aos prantos algumas vezes, torcendo de casa pela TV.
Podia contar mil histórias. Não tem como explicar as emoções provocadas pelo furacão do oeste no meu coração desde a infância. Mas nos últimos anos muita coisa especial estava acontecendo. Uma família de gente competente se formou para dar profissionalismo ao sonho de quem queria ver a Chapecoense ser grande, jogar na série A.
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Meu último jogo na Arena Condá esse ano foi na final do Catarinense em maio, quando ganhamos do Joinville. Enfim a minha conquista desde os tempos da infância. Estive nas finais de 2009 e 2013, mas perdemos as duas. A primeira para o Avaí e a segunda para o Criciúma. Estava quase me achando uma Mick Jagger. Esse ano, espantei a nhaca. Ganhamos em casa de um jeito para ninguém botar defeito. Tiramos foto e tietamos o nosso heroi, o Danilo, um guerreiro atento, simpático e humilde. Não é fácil ser goleiro. Todo mundo lembra de quem faz o gol. Poucos se recordam daqueles que evitam e garantem resultados. Danilo guardou nesse tempo cada defesa incrível... teve até um chute à queima roupa do Robinho do Santos, no ano passado.
Juliana Dal Piva é jornalista apaixonada pela Chapecoense