Taça do Campeonato Brasileiro: torneio pode ser organizado pelos clubes no futuroLucas Figueiredo/CBF

A expectativa era alta, mas a reunião em um hotel de São Paulo para definir a criação de uma liga brasileira, que vem sendo chamada de Libra, não teve grande avanço em relação à adesão ao documento que prevê a criação: apenas oito clubes assinaram, sendo sete da Série A. Ainda assim, há otimismo de que haja um anúncio oficial da liga na próxima reunião, dia 12.
O bloco que organizou a reunião possui seis integrantes: Flamengo e os cinco de São Paulo que estão na Série A (Bragantino, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo). Ou seja, apenas Ponte Preta e Cruzeiro, que estão na Série B, foram as novidades no documento com a Codajas Sports Kapital, que é uma das interessadas em organizar a liga.
Participaram da reunião 18 clubes da Série A - apenas Juventude e Cuiabá não mandaram representantes -, assim como cinco da Série B (Vasco, Cruzeiro, Guarani, Ponte Preta e Sport). O Cruz-Maltino e o Atlético-MG demonstraram interesse, assim como outros clubes, mas não assinaram o documento pois dependem de aprovação nos Conselhos Deliberativose de mais análises.
"Estive hoje em São Paulo na reunião para discutir o futuro do futebol brasileiro. Existe um consenso entre os clubes de que a Liga é o caminho. Estamos estudando todos os detalhes junto à 777 Partners para a adesão do Vasco", escreveu o presidente do Vasco, Jorge Salgado, em seu Twitter.
"Concordamos com a visão, o conceito e estamos avaliando tecnicamente a melhor estratégia para decisão em conjunto com John Textor. Não há motivos para açodamentos. O Botafogo tem ciência do seu valor, da capacidade da Liga e vai lutar pelo formato que alie os seus interesses e dos clubes como um todo. Entendemos que o próximo passo é reunir os 40 principais clubes do futebol brasileiro na sede da CBF, no dia 12, para uma posição em consenso. Até lá, todos terão tempo para avaliar os termos que estão na mesa. Temos pressa, mas não podemos errar. O futebol brasileiro precisa dar passos sólidos nesse importante momento de revolução que a Liga representa", disse o CEO do Botafogo, Jorge Braga, em comunicado.
O Athletico-PR foi quem mais se mostrou contrário à proposta e afirmou que o seu bloco, o Forte Futebol, composto por 10 clubes, não considera a liga criada. Presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia se disse surpresos com a reunião convocada às pressas e sem discussão, com um documento já preparado para a assinatura.
A maior divergência entre os dois blocos está na divisão das cotas de TV, principal fonte de renda no Brasileirão. Pela proposta da Codajas e do bloco do Flamengo e dos paulistas, segundo o site 'Ge', os clubes receberiam um valor fixo de 40% mais 30% por desempenho e 30% por audiência. Já o Forte Futebol quer que a divisão seja de: 50% fixo, mais 25% para cada um dos outros dois critérios.
Um novo encontro, desta vez na sede da CBF, acontecerá na próxima semana buscará um acordo nesta questão para conseguir as assinaturas e oficializar a criação. A expectativa é de que participem 40 clubes, todos das Séries A e B. A ideia é que o primeiro Campeonato Brasileiro organizado pela Libra aconteça em 2025 e por isso o interesse de iniciar o quanto antes o planejamento.