Rio - O ex-piloto Nelson Piquet, de 69 anos, voltou a falar sobre a repercussão negativa que surgiu em torno dele, após falas com teor racista sobre Lewis Hamilton terem viralizado nas redes sociais nas últimas semanas. O brasileiro minimizou o ocorrido e afirmou que costuma utilizar o termo "neguinho" para se referir a amigos brancos.
"Isso é tudo besteira, eu não sou racista. Não há nada, nada que eu disse errado. O (termo) que eu usei é uma palavra muito suave, até usamos com alguns amigos brancos", afirmou em entrevista ao "Motor Sport Magazine".
Na última semana, Piquet se desculpou pelo ocorrido e afirmou que a repercussão negativa aconteceu pela tradução do termo "neguinho" para outros idiomas. O tricampeão mundial de F-1 afirmou que não se preocupa com as críticas que vem recebendo.
"Eu realmente não me importo, isso não atrapalha minha vida. Estou aqui com meus amigos, estamos nos divertindo, é isso", concluiu.
As declarações racistas sobre Hamilton podem gerar um prejuízo financeiro ao brasileiro. De acordo com o portal "UOL", uma ação pública requerida por quatro entidades pede uma indenização de R$ 10 milhões ao tricampeão mundial de Fórmula 1. O processo corre na 20ª Vara Cível de Brasília e foi protocolado no final da tarde de hoje (04).
As entidades envoldidas são; Educafro, Centro Santo Dias, Aliança Nacional LGBTI+ e ABRAFH. A ação apresenta "pedido de imposição de obrigações de fazer e de indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos". O valor será revertido para o Fundo Nacional de Direitos Difusos (FNDB), que recebe projetos destinados a comunidades vulneráveis de todo o país.
O caso repercutiu nas últimas semanas e aconteceu em uma entrevista gravada em novembro do ano passado. Nelson Piquet foi entrevistado pelo jornalista Ricardo Oliveira e utilizou o termo "neguinho" para se referir ao heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton. Na primeira fala, o brasileiro utiliza o termo para comentar a batida entre o inglês e Max Verstappen no GP da Inglaterra de 2021.
"O "neguinho" meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, "aqui eu arranco ele de qualquer maneira". O "neguinho" deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem", disse comparando a batida entre os pilotos da Mercedes e da Red Bull com a polêmica colisão de Ayrton Senna e o francês Alain Prost, principal rivalidade da Fórmula 1 à época, na largada do GP do Japão, em 1990, que garantiu o título daquele ano ao brasileiro.
Em outra fala que viralizou nas redes sociais, Piquet volta se referir a Hamilton como "neguinho" e dessa vez faz declarações homofóbicas em relação ao inglês. "O Keke? Era um bosta, não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele [Nico]. Ganhou um campeonato… O neguinho devia estar dando mais cu naquela época, aí tava meio ruim", disse.
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