Vinicius JuniorAFP

Rio - Vinicius Júnior se pronunciou, no início da noite desta sexta-feira, sobre os ataques racistas e xenófobos que sofreu em um programa de TV da Espanha, quando o empresário Pedro Bravo tratou suas comemorações dançando como "macaquices". Em um vídeo nas redes sociais, o brasileiro afirmou que as ofensas já ocorrem há tempos e relembrou outros momentos em que teve que lidar com esse tipo de situação.
"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho nos olhos, haverá guerra". Tenho essa frase tatuada no corpo e tenho atitude na minha vida que transforma essa filosofia em prática. Dizem que felicidade incomoda. A felicidade de um preto brasileiro, vitorioso na Europa, incomoda muito mais. Mas a minha vontade de vencer, meu sorriso, meu brilho nos olhos são muito maiores do que isso. Fui vítima de xenofobia e racismo numa só declaração. Mas nada disso começou ontem", começou Vini.
"Há semanas, começaram a criminalizar minhas danças. Danças que não são minhas. São do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Pogba, do Matheus Cunha, do Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros. Dos cantores latinos de reggaeton e dos pretos americanos. São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar. Não costumo vir publicamente rebater crítica. Sou atacado e não falo, sou elogiado e também não falo. Eu trabalho, e muito. Dentro e fora de campo", completou.
O jogador do Real Madrid também afirmou que pretende contribuir para que situações como essas não aconteçam no futuro.
"Desenvolvi um aplicativo para auxiliar a educação da criança de escolas públicas sem ajuda financeira de ninguém. Estou fazendo uma escola com o meu nome, e farei muito mais pela educação. Quero que as próximas gerações estejam preparadas como estou. Para combater racistas e xenofóbicos. Sempre tento ser um exemplo de profissional e cidadão. Mas isso não dá clique, não engaja em rede social. Então os covardes inventam algum problema para me atacar", disse Vinicius.
"E o roteiro sempre termina com um pedido de desculpa. Ou um "fui mal interpretado". Mas repito para você, racista: eu não vou parar de bailar. Seja no sambódromo, no Bernabéu ou onde eu quiser. Com carinho e sorriso de quem é muito feliz, Vini Jr", finalizou.