Presidente da Fifa, Gianni InfantinoAFP

A menos de um mês para a Copa do Mundo do Catar, a Fifa recebeu uma carta com um pedido de exclusão do Irã da edição. O comunicado enviado por um grupo de atletas iranianos e assinado pelo advogado renomado, Juan Dios Crespo, alega que a Federação Iraniana de Futebol fortalece a opressão e a exclusão das mulheres no ecossistema esportivo, e que, por isso, solicita a suspensão do país do Mundial.
"A brutalidade e a beligerância do Irã em relação a seu próprio povo chegou a um ponto de inflexão, exigindo uma desassociação inequívoca e firme do mundo do futebol e do esporte. A abstinência histórica da Fifa em relação aos conflitos políticos tem sido muitas vezes tolerada apenas quando essas situações não se encontram na esfera do futebol", diz um trecho da carta.
O comunicado afirma que se a Fifa entender que o governo iraniano não influencia na proibição de mulheres nos estádios, assim, a Federação Iraniana é a responsável por não respeitar os direitos humanos.
"A situação das mulheres no Irã é profundamente desagradável no quadro político e socioeconômico mais amplo. Tragicamente, os mesmos males e injustiças são perpetuados dentro da esfera do futebol, significando efetivamente que o futebol, que deveria ser um lugar seguro para todos, não é um espaço seguro para as mulheres ou mesmo para os homens."
Na última segunda-feira, o diretor executivo do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, Sergei Palkin, também solicitou a exclusão do Irã da Copa do Mundo, e defende que a vaga fique com a seleção ucraniana. O dirigente argumenta que o Irã fornece drones e armamentos para a Rússia e deve ser punido por isso. Os dois países estão em guerra desde fevereiro. A Federação Ucraniana, no entanto, não participou do pedido.
"Enquanto a liderança iraniana se divertirá assistindo à sua seleção nacional jogar na Copa do Mundo, os ucranianos serão mortos por drones iranianos e mísseis iranianos. Quase 250 desses drones já atacaram cidades pacíficas da Ucrânia", diz trecho do comunicado.