Por gabriela.mattos
Rio - O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na manhã deste sábado, após a Polícia Federal receber, no início da noite de sexta-feira, a determinação para transferir o político para Curitiba (PR). 
A ordem partiu do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, após denúncia do promotor André Guilher Freitas, da Promotoria de Justiça de Execução Penal. Ele relatou que Cabral estava recebendo visitas não cadastradas pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Ex-governador Sérgio Cabral Filho é fotografado como detento em Bangu com uniforme da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap)Reprodução Internet
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Cabral deverá ficar no Complexo Médico Penal, em Pinhais, para onde foram outros presos da Operação Lava Jato. O ex-governador está preso desde o dia 17 na cadeia pública José Frederico Marques, com outros presos na Operação Calicute, deflagrada pela Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

A Calicute apura desvios de dinheiro público em obras como o Comperj, Maracanã, Arco Metropolitano e PAC das Favelas. Cabral receberia 5% dos contratos das obras como propina. O rombo público estimado em mais de R$ 220 milhões. Além de Sérgio Cabral, dez pessoas foram presas no dia em que a operação foi deflagrada. Na semana passada,Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, também foi presa. A Seap afirmou que a transferência será feita assim que policiais federais chegarem com o pedido na carceragem.

TRF-2 nega pedidos de habeas corpus de Cabral e Adriana Ancelmo

O desembargador federal Abel Gomes, da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal 2 (TRF-2), negou nesta sexta-feira os pedidos de habeas corpus apresentados pelo ex-governador e pela sua mulher Adriana Ancelmo.

Cabral e a ex-primeira dama do Estado foram presos preventivamente em primeira instância, onde tramita processo da Operação Calicute, conduzida pela Polícia Federal.

Em seus argumentos, Adriana Ancelmo sustentou que respondeu às perguntas da PF e colocou à disposição para prestar quaisquer outros esclarecimentos. Segundo a defesa da acusada, isso demonstraria sua intenção de colaborar com as investigações, sendo, por isso, desnecessária a prisão preventiva.

Além disso, a defesa da advogada argumentou que poderia ser aplicada medida alternativa, como a prisão domiciliar, já que ela entregou seu passaporte em juízo e é mãe de duas crianças, de 10 e 14 anos, que precisariam de seus cuidados.
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Já Sérgio Cabral afirmou que sua integridade física estaria ameaçada na cadeia, por ter ordenado ações policiais que resultaram na prisão de traficantes e milicianos que se encontram no mesmo presídio onde ele está preso.