Idosa estrangulou e matou marido na Rocinha - Severino Silva / Agência O Dia
Idosa estrangulou e matou marido na RocinhaSeverino Silva / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - O clima de tensão parece não dar trégua na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Na manhã desta quarta-feira, moradores relataram ter ouvidos disparos logo cedo, nas localidades conhecidas como Vila Verde, Rua 2 e Valão. A Polícia Militar ainda não informou o que acontece no local.

"Já acordamos com barulho de tiros", reclamou um morador nas redes sociais. "Que Deus proteja os inocentes porque, infelizmente, sempre sobra pra um", disse outro. "Meu Deus, agora é todos os dias de manhã (sic)", exclamou um morador, relembrando os recentes episódios de trocas de tiros na comunidades.

Nove mortes em três dias

Em menos de três dias, nove pessoas foram mortas em tiroteios na Rocinha. No sábado, oito foram mortas em circunstâncias ainda não esclarecidas pela Polícia Civil. Moradores acusam a PM de chegar atirando, após o término de um baile funk na Rocinha. 

Na segunda-feira, uma troca de tiros aconteceu quando agentes do Bope patrulhavam a localidade conhecida como 199. Durante o confronto, um homem, apontado como suspeito pela polícia, foi baleado, socorrido ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu. Com ele, os agentes encontraram um fuzil.

A Divisão de Homicídios não fez perícia nos locais onde os mortos do último sábado foram encontrados. Todos os PMs envolvidos na operação prestaram depoimento e as dez armas dos agentes foram recolhidas. Além disso, um exame residuográfico foi feito em Matheus, morto com três tiros de fuzil, um deles pelas costas, de acordo com a família.

A PM afirmou que todos os mortos eram bandidos e estavam ligados ao tráfico. No entanto, no dia seguinte ao episódio, a Polícia Civil disse que apenas quatro dos mortos tinham alguma participação com o tráfico de drogas na comunidade.

O Ministério Público instaurou mais de 30 inquéritos sobre a atuação da PM na Rocinha. Moradores disseram que foram espancados, ameaçados, roubados e tiveram suas casas saqueadas pelos militares. Todos os crimes foram nos últimos 6 meses, conforme mostrou reportagem do DIA desta terça-feira.

 

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