Flordelis chegou a contratar pistoleiro para matar o marido, revela delegado
Em troca de mensagens com um dos filhos, deputada descartava separação de Anderson do Carmo por causa da religião
Flordelis sempre se disse vítima da tragédiaLuciano Belford / Agência O DIA (Arquivo)
Por ANDERSON JUSTINO e RAI AQUINO
Rio - A polícia não tem dúvidas de que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) planejou toda a execução do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto na madrugada de 16 de junho do ano passado. Antes mesmo de Flávio dos Santos Rodrigues, um dos filhos biológicos da evangélica, atirar contra o líder religioso, ela chegou a procurar um pistoleiro para praticar o crime.
"Não nos restam dúvidas de que ela foi a cabeça desse crime. Ela chegou a contratar pistoleiro em outras ocasiões, mas o crime não foi executado. Por fim, a família conseguiu convencer o Flávio", revelou o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), responsável pelo caso.
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Antonio Ricardo, chefe das Delegacias de Homicídios (DHs)
Cléber Mendes
Antonio Ricardo (chefe das DHs) e o delegado Allan Duarte
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Sergio Luiz Lopes, promotor do MPRJ
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Delegado Allan Duarte e o promotor Sergio Luiz Lopes
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Coletiva do caso Flordelis, nove pessoas foram presas pelo envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo. Na foto, Antonio Ricardo (chefe das DHs), Allan Duarte (Delegado Titular da DH Niterói), Sergio Luiz Lopes e Simone Sibilio (promotores do MPRJ)
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Coletiva do caso Flordelis. Na foto, Simone Sibilio e Sergio Luis Lopes, promotores do MPRJ
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Coletiva do caso Flordelis. Na foto, Simone Sibilio, promotora do MPRJ
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Flordelis e o pastor Anderson do Carmo
Arquivo Pessoal
Flordelis foi eleita deputada federal em 2018
Divulgação / Câmara dos Deputados
Lucas Cezar dos Santos de Souza é um dos filhos da deputada apontados como executor do crime
Reprodução
Anderson com Flordelis: pastor foi morto na madrugada de 16 de junho de 2019
Arquivo Pessoal
Flordelis sempre se disse vítima da tragédia
Luciano Belford / Agência O DIA (Arquivo)
As investigações apontaram que a ideia de matar o pastor Anderson surgiu em 2018, antes de Flordelis ser eleita deputada federal. De lá pra cá, a família tentou envenená-lo diversas vezes.
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"Identificamos que não se tratava de uma família normal. Concluímos que se tratava de uma quadrilha criminosa que tinha um único objetivo: eliminar o pastor Anderson do Carmo. O objetivo da deputada era chegar à Câmara e logo depois descartar o marido como um objeto qualquer", destacou o delegado.
A motivação do crime foi o controle exercido pelo líder religioso sobre a vida e as finanças da família de 55 pessoas. A separação nunca esteve nos planos de deputada. Antes do crime, inclusive, foi Flordelis que avisou Flávio sobre a chegada do casa na residência deles, onde o pastor foi morto.
'O CASO É MATAR'
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No celular do filho adotivo André Luiz de Oliveira, conhecido como Bigode, a polícia encontrou a seguinte mensagem enviada por Flordelis: "Fazer o quê? Separar dele eu não posso porque poderia escandalizar o nome de Deus. Como a separação não pode, o caso é matar". André foi preso nesta segunda.
Para o Ministério Público estadual (MPRJ), a deputada usava seu poder religioso para conseguir projeção.
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"Ela se valia da imagem de uma família unida para enganar as pessoas", disse o promotor Sérgio Luis Lopes Pereira.
O MPRJ ainda apontou que Flordelis acreditava que a execução do pastor reforçaria a imagem de uma mulher vítima que perdeu o marido em um assassinato e que mesmo assim cuida dos filhos sozinha.