Flordelis chegou a contratar pistoleiro para matar o marido, revela delegado
Em troca de mensagens com um dos filhos, deputada descartava separação de Anderson do Carmo por causa da religião
Rio - A polícia não tem dúvidas de que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) planejou toda a execução do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto na madrugada de 16 de junho do ano passado. Antes mesmo de Flávio dos Santos Rodrigues, um dos filhos biológicos da evangélica, atirar contra o líder religioso, ela chegou a procurar um pistoleiro para praticar o crime.
"Não nos restam dúvidas de que ela foi a cabeça desse crime. Ela chegou a contratar pistoleiro em outras ocasiões, mas o crime não foi executado. Por fim, a família conseguiu convencer o Flávio", revelou o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), responsável pelo caso.
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As investigações apontaram que a ideia de matar o pastor Anderson surgiu em 2018, antes de Flordelis ser eleita deputada federal. De lá pra cá, a família tentou envenená-lo diversas vezes.
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"Identificamos que não se tratava de uma família normal. Concluímos que se tratava de uma quadrilha criminosa que tinha um único objetivo: eliminar o pastor Anderson do Carmo. O objetivo da deputada era chegar à Câmara e logo depois descartar o marido como um objeto qualquer", destacou o delegado.
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A motivação do crime foi o controle exercido pelo líder religioso sobre a vida e as finanças da família de 55 pessoas. A separação nunca esteve nos planos de deputada. Antes do crime, inclusive, foi Flordelis que avisou Flávio sobre a chegada do casa na residência deles, onde o pastor foi morto.
'O CASO É MATAR'
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No celular do filho adotivo André Luiz de Oliveira, conhecido como Bigode, a polícia encontrou a seguinte mensagem enviada por Flordelis: "Fazer o quê? Separar dele eu não posso porque poderia escandalizar o nome de Deus. Como a separação não pode, o caso é matar". André foi preso nesta segunda.
Para o Ministério Público estadual (MPRJ), a deputada usava seu poder religioso para conseguir projeção.
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"Ela se valia da imagem de uma família unida para enganar as pessoas", disse o promotor Sérgio Luis Lopes Pereira.
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O MPRJ ainda apontou que Flordelis acreditava que a execução do pastor reforçaria a imagem de uma mulher vítima que perdeu o marido em um assassinato e que mesmo assim cuida dos filhos sozinha.
RÉUS NA JUSTIÇA
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Flordelis e outras 10 pessoas, dentre elas sete filhos e uma neta, vão responder na Justiça pela morte do pastor. Flávio dos Santos Rodrigues, 38, filho biológico da deputada, e Lucas Cézar dos Santos de Souza, 18, adotado por ambos, já estavam presos e são apontados como os executores do crime.
A polícia apontou pelo menos cinco crimes na trama envolvendo a família:
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. homicídio triplamente qualificado
. tentativa de homicídio
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. falsidade ideológica
. uso de documento falso
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. organização criminosa majorada (uso da violência)
Na operação realizada nesta segunda, que pôs fim à investigação de um ano e dois meses, sete pessoas foram presas:
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1. Adriano dos Santos Rodrigues (filho biológico)
2. Simone dos Santos Rodrigues (filha biológica)
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3. André Luiz de Oliveira, o Bigode (filho adotivo e ex-marido de Simone)
4. Carlos Ubiraci Francisco da Silva (filho adotivo)
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5. Marzy Teixeira da Silva (filha adotivo)
6. Rayane dos Santos Oliveira (neta, presa em Brasília)
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7. Andrea Santos Maia (mulher de Marcos, ex-PM que esteve preso com Flávio e Lucas)