Delegada Bárbara Lomba Bueno presta depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, como testemunha no processo contra Flordelis
Delegada Bárbara Lomba Bueno presta depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, como testemunha no processo contra FlordelisReprodução
Por O Dia
Rio - A primeira delegada a investigar o assassinato de Anderson do Carmo, marido da deputada Flordelis (PSD-RJ), Bárbara Lomba, disse nesta terça-feira que nada aconteceria na casa do casal sem o aval da parlamenter. Lomba deu sequência a um depoimento à Comissão de Ética da Câmara que havia iniciado no último dia 30.
A oitiva da delegada durou cerca de duas horas. Também foi ouvido Luiz Carlos Leal Prestes Júnior, perito do Ministério Público do Rio de Janeiro. Os advogados de Flordelis, Anderson Rollemberg e Janira Rocha, dirigiram perguntas às testemunhas. Janira é ex-deputada estadual do Psol e é acusada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) de ter realizado "rachadinha" em seu gabinete, adquirindo parte do salário de assessores. O processo contra a advogada corre na Justiça do Rio.
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Durante o depoimento, a delegada disse que investigou as relações de todos os envolvidos no crime com Flordelis. Bárbara Lomba afirmou que a partir da investigação ficou claro que a deputada não só estava ciente da ação criminosa, mas que também estava envolvida.
"Até a altura em que nós investigamos, eu posso afirmar que as pessoas envolvidas – assim, de novo, as pessoas em cujos telefones, em cujos depoimentos, é, nós comprovamos que estavam diretamente envolvidas – todas são absolutamente vinculadas à deputada Flordelis. E de outra parte, por isso nós tivemos o cuidado de investigar também como funcionavam as relações ali, naquele grupo, nós conseguimos saber com clareza, isso não tem dúvida, que nada aconteceria dentro daquela casa e como aconteceu sem o aval final da deputada”, afirmou a delegada Bárbara Lomba.
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"Até onde investiguei, continuaria considerando a deputada investigada. Com tudo que apuramos: influência que exercia com as pessoas cujo o envolvimento foi comprovado na execução e planejamento do crime. Essas pessoas são diretamente ligadas e influenciadas pela deputada Flordelis", reforçou. Bárbara Lomba foi substituída nas investigações pelo delegado Allan Duarte Lacerda em janeiro de 2020.
Durante o interrogatório, a advogada de Flordelis, Janira Rocha, questionou o porquê de a delegada ter privilegiado a narrativa de que Flordelis estaria envolvida no assassinato em detrimento do envolvimento do "núcleo financeiro” da família liderado pelo filho afetivo Misael, que, segundo a defesa, poderia ter o interesse de criminalizar a deputada. Lomba ressaltou que Flordelis foi a primeira testemunha a ser ouvida após o assassinato e que alegou à imprensa, em um primeiro momento, que o pastor Anderson teria sido vítima de latrocínio, sem mencionar suspeitas ou desavenças familiares.
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"Não houve estratégia nenhuma de escolher grupos a serem investigados. Para a imprensa, a primeira declaração (de Flordelis) era de que se tratava de um latrocínio. À polícia, embora não tenha havido essa afirmação, não houve nenhum tipo de referência por parte da deputada, por exemplo, ao conhecimento de um plano de alguém para matar a vítima ou algum problema dentro da família", respondeu a delegada.
Questionada se Flordelis não poderia ter sustentado essa versão para proteger os filhos, a delegada disse que não cabia a ela conjecturar. O presidente da sessão, Alexandre Leite (DEM-SP), interveio e disse que a testemunha não precisava responder o que achava, mas relatar os fatos.
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O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados ouviu nesta terça-feira (13) testemunhas no processo contra a deputada Flordelis (PSD-RJ). Ela é acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ), e responde processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho.
Foram convidadas as seguintes testemunhas, arroladas pelo relator do processo, deputado Alexandre Leite (DEM-SP): Bárbara Lomba Bueno (continuação da oitiva iniciada em 30/03/21), primeira delegada responsável pelas investigações do caso e Luiz Carlos Leal Prestes Júnior, perito do Ministério Público do Rio de Janeiro.
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ASSISTA DEPOIMENTOS:
A decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) de fevereiro deste ano de que Flordelis fosse afastada do mandato ainda não foi analisada pelo Plenário da Câmara dos Deputados. A parlamentar usa tornozeleira eletrônica desde 8 de outubro de 2020.