Os gonçalenses devem observar a caderneta ou o comprovante de vacinação para procurarem os locais de vacinação no dia indicado na anotação.
Os gonçalenses devem observar a caderneta ou o comprovante de vacinação para procurarem os locais de vacinação no dia indicado na anotação.Divulgação
Por Jenifer Alves
Rio - Os municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense seguem com a vacinação da segunda dose de CoronaVac suspensa por falta de entrega do imunizante. Na cidade do Rio, as doses de CoronaVac hoje disponíveis são as que foram reservadas para a segunda dose de quem já está no prazo para tomá-la. Para a primeira dose, no momento, há disponível apenas a AstraZeneca.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, a manutenção do calendário de vacinação na Cidade do Rio está condicionada à chegada de novas remessas de vacinas ao município, previstas no cronograma do Ministério da Saúde.
A Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SES) informou que, aguarda informações do Ministério da Saúde (MS) quanto à distribuição de uma nova remessa. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, alguns municípios já comunicaram extraoficialmente à SVS que não têm mais doses de vacina para aplicação e terão que suspender a vacinação.
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A Prefeitura de Volta Redonda, que também está com desabastecimento da segunda dose do imunizante informou que a CoronaVac é aplicado hoje para idosos de 74 anos. Mangaratiba, na Costa Verde e Maricá, na Região Metropolitana também comunicaram, pelas redes sociais, a falta de abastecimento do imunizante e suspenderam a vacinação com a vacina do Butantan.
Na tarde desta segunda-feira, em uma sessão no Senado Federal, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu problemas no processo de distribuição da vacina produzida pelo Instituto Butantan. Segundo ele, o atraso é resultado de problemas no envio dos insumos vindos da China para São Paulo.
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"Tem nos causado certa preocupação a CoronaVac, a segunda dose. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, há cerca de um mês se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face de retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose", disse o ministro.
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De acordo com o Ministério da Saúde, a estratégia de vacinação é definida toda semana entre representantes da União, Estados e Municípios. A Pasta alegou que, a distribuição de doses aos estados é estimada de acordo com as previsões de entrega dos laboratórios.

"É importante destacar que mesmo aqueles que não tomaram a segunda dose dentro do prazo estabelecido, procurem os pontos de vacinação para completar o ciclo vacinal mesmo que não tenham tomado a segunda dose no período estabelecido", completou.
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Procurado, o Instituto Butantan informou que o Ministério da Saúde é o responsável por planejar e coordenar a campanha de vacinação contra a covid-19 em todo o Brasil. "Todo o esquema vacinal, definição de públicos-alvo e de intervalos entre as doses, assim como a logística de distribuição das vacinas aos estados e as devidas orientações técnicas sobre a vacinação competem à pasta federal" disse.
Segundo o Instituto, já foram entregues 41,4 milhões de doses de sua vacina ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério. "Os insumos recebidos pelo instituto no último dia 19 de abril já foram envasados e um novo lote com mais 5 milhões de vacinas será entregue a partir do próximo dia 3 de maio, após passarem pelo processo de controle de qualidade. Até o final de agosto 100 milhões da Coronavac serão disponibilizadas ao PNI", disse em nota. 
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Presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o infectologista Renato Kfouri explica que no caso da falta da segunda dose da vacina, não é recomendado tomar outro imunizante. A recomendação, nesses casos, segundo o especialista, é "não aplicar dose nenhuma".
Kfouri explica que, nos casos que o vacinado não conseguir tomar a segunda dose dentro do prazo estipulado, ele deve aguardar até que o mesmo imunizante seja disponibilizado e seja vacinado com a segunda aplicação.
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"Há uma máxima em imunizações que doses aplicadas são doses consideradas. Você não recomeça nunca o esquema. Perdeu o prazo, passaram 28 dias, dois meses, só toma a segunda dose. A orientação é que esse intervalo seja o menor possível, mas nunca se recomeça o esquema".
A Prefeitura de Duque de Caxias informou que segue com a vacinação da primeira dose da vacina Oxford/ AstraZeneca, do grupo prioritário desta terça-feira. No entanto, sobre a segunda dose da vacina Coronavac, a Prefeitura disse que aguarda a entrega de novas doses, pelo Ministério da Saúde.
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Em Nova Iguaçu, a Prefeitura informou que está enfrentando um problema momentâneo de desabastecimento de vacinas coronavac para a aplicação da segunda dose. "As doses foram aplicadas de acordo com cronograma da Secretaria Estadual de Saúde. Aguardamos, portanto, as próximas entregas para prosseguir", disse em nota.
O município destacou ainda que, marcou o retorno para a segunda dose em 21 dias e não 28 dias para "deixar a população coberta dentro do prazo máximo de retorno" completou. 
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Confira a nota da Secretaria Estadual de Saúde na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SES), aguarda as informações do Ministério da Saúde (MS) quanto à distribuição de uma nova remessa de segunda dose de CoronaVac ao estado. A SVS aguarda ainda a orientação do MS quanto à ampliação do intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose do imunizante.

Alguns municípios já comunicaram extraoficialmente à SVS que não têm mais doses de vacina para aplicação e terão que suspender a vacinação. A Subsecretaria de Vigilância em Saúde ressalta que, caso ocorra essa suspensão, será temporária até que nova remessa de imunizantes seja enviada pelo MS para o estado. Todas as remessas de vacina distribuídas aos municípios seguiram as orientações do PNI.

Desde o início da campanha de vacinação, a SVS envia rotineiramente ofícios aos 92 municípios, orientando que sejam seguidos os grupos prioritários elencados pelo PNI, tendo em vista a irregularidade no fornecimento de vacinas pelos laboratórios produtores, o que tem gerado o fornecimento de doses em volumes menores. A tomada de decisão sem avaliação do impacto na estratégia de vacinação em andamento pode gerar problemas não só no desenvolvimento das ações, causando transtornos à população, como estimulando a desconfiança e a perda de credibilidade no programa de imunização.