Moradores protestam contra a morte de Kathlen de Oliveira RomeuFoto de leitor

Por Bernardo Costa
Rio - Moradores realizaram protesto contra a morte de Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos, nas principais ruas do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte, no início da noite desta quarta-feira. Parte dos manifestantes seguiu direto do sepultamento da jovem, no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, para o local. Eles pedem justiça e o fim da violência nas comunidades. Kathlen, que havia se formado em design de interiores e trabalhava como modelo e vendedora de loja, foi atingida por um disparo fatal de fuzil na tarde desta terça, na comunidade Barro Vermelho, no Complexo do Lins. Familiares e testemunhas acusam a PM der ter efetuado o disparo. 
O protesto acontece de forma pacífica, nas Ruas Lins de Vasconcelos, a principal do bairro, Cabuçu e Araújo Leitão, onde a jovem foi morta. No local em ela foi atingida, há marcas de tiros, próximo à frase 'Deus é fiel'. Segundo o presidente da Associação de Moradores do Barro Vermelho, cerca de mil pessoas participaram da passeata. 
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O local em que Kathlen foi morta, na Rua Araújo Leitão, no Barro Vermelho, Complexo do Lins: marcas de tiro no muro - Divulgação
O local em que Kathlen foi morta, na Rua Araújo Leitão, no Barro Vermelho, Complexo do Lins: marcas de tiro no muroDivulgação
"O nosso pedido é de paz. Queremos que essa guerra acabe, tanto de um lado quanto do outro. Há mais de um mês os confrontos têm sido diários e não sabemos por que está acontecendo essa caça, que está deixando todos os moradores em pânico. Só queremos paz podermos voltar a circular sem medo de sermos mortos. As aulas estão ocorrendo presencialmente nas escolas, mas as crianças não estão podendo ir por causa desses confrontos, que estão acontecendo na parte da tarde", diz Luiz Paulo Figueiredo, de 31 anos, presidente da Associação de Moradores do Barro Vermelho. 
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Durante o protesto, manifestantes carregavam cartazes com dizeres como: "Governador, chega de castrar nossos sonhos", "Justiça por Kethlen! Governo assassino!" e "Contra o genocídio, rebelar-se é justo". Algumas pessoas usavam camisas com a frase: "Entre becos e vielas, há artistas na favela", uma referência à atuação de Kathlen como modelo profissional.