Kathlen Romeu morreu após ser atingida por um tiro durante uma operação policial no Complexo do LinsReprodução / Instagram
Laudo revela trajetória de disparo que matou jovem grávida no Lins
Segundo Comissão da OAB, a necropsia comprova que o tiro que atingiu a designer de interiores partiu de cima para baixo e do local onde os policiais estavam posicionados
Rio - A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) teve acesso ao laudo cadavérico da jovem grávida Kathlen Romeu, morta com um tiro de fuzil no último dia 8 de junho. A jovem foi baleada durante uma ação policial no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio. Segundo a entidade, a necropsia comprova que o disparo que atingiu a designer de interiores partiu de cima para baixo e do local onde os policiais estavam posicionados.
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A Comissão também destacou que há fortes indícios de fraude processual já que a cena do crime teria sido desfeita antes da perícia chegar. "Agora no dia 14 haverá reconstituição do crime e esperamos sinceramente que todos os policiais que participaram dessa operação estejam presentes e contribuam para a investigação", disse a vice-presidente da comissão da OAB, Nadine Borges.
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As investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a circunstâncias da morte da jovem já apontavam fortes indícios de alteração na cena do crime, como a mudança na posição dos cartuchos no local, o que caracteriza fraude processual. A informação foi divulgada pelo promotor do MPRJ junto à auditoria militar, Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, durante o depoimento da avó de Kathlen, Sayonara Fátima, no último dia 29. O promotor irá acompanhar a reprodução simulada marcada para o dia 14 de julho.
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A avó de Kathlen, uma das testemunhas do caso reafirmou o que já havia dito nos primeiros depoimentos. Sayonara diz que implorou por socorro à uma equipe da Polícia Militar que estava atuando na região e que não havia confronto entre traficantes e policiais no momento dos disparos.
Segundo a Polícia Militar, 12 agentes envolvidos na operação no Complexo do Lins, que resultou na morte de Kathlen Romeu foram afastados das ruas, cinco deles prestaram depoimentos duas vezes. Também foram apreendidas as armas dos policiais: 10 fuzis calibre 7.62, dois fuzis calibre 5.56 e nove pistolas .40.
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