Agentes da prefeitura e funcionários do MetrôRio trabalham na retirada da passarela que caiu sobre os trilhos, em Acarifotos REGINALDO PIMENTA

Rio - Um passageiro que estava dentro do metrô narrou em detalhes os momentos de pânico que viveu após um caminhão tombar e derrubar uma passarela provisória sobre a linha férrea, entre as estações de Coelho Neto e Acari, na noite desta quinta-feira. Eduardo Monteiro Silva contou que o desespero foi coletivo, as pessoas gritaram, choraram e algumas até desmaiaram. Para ele, foi um milagre todos estarem vivos. Apesar do susto, ninguém se feriu. 
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"Eu estava indo lá para frente do vagão na estação de Acari, como de costume eu faço para poder já sair e subir as escadas, daí do nada um barulho de explosão, o vagão que eu estava saiu do trilho e um barulho muito alto de alta tensão, faíscas saindo do vagão, mas pelo lado de fora e um cheiro de fumaça. Todos caíram no chão, tinha pessoas gritando, chorando, gente desmaiada. Fiquei em choque, em desespero. Daí todos conseguiram sair do primeiro vagão e correr lá para trás e ainda tinha gente jogada no chão porque desmaiaram, e pessoas empurrando para poder correr para trás", disse Eduardo, que às 6h desta sexta-feira, já pegou o metrô novamente para ir trabalhar.
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"Depois que acabou o barulho ficou mais tranquilo, mas ainda sim eu estava tenso e muitas pessoas no metrô também, daí conseguiram quebrar um vidro do vagão, as pessoas foram descendo com cuidado pela janela, depois conseguiram abrir a porta manualmente. Os bombeiros que já estavam junto com os policiais começaram a ajudar a descer pelo meio dos destroços, porque tinha pedras, pedaço de ferros grandes pelo meio do caminho. Deus segurou aquele vagão, e não deixou explodir, tenho certeza disso. O caminhão era de combustível, saíram faíscas e também tinha o cabo de alta tensão", concluiu.
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O auxiliar administrativo Junior Seixa, de 51 anos, mora em frente ao local do acidente e disse que estava assistindo televisão quando escutou o estrondo. "Achei que estava explodindo alguma coisa e me abaixei. Vi um tumulto na rua e desci para ver o que tinha acontecido. Vi muita gritaria e corre-corre. O metrô saiu levando uma parte da passarela, tinha muito ferro em cima dele. Tinha um ponto de ônibus e uma passarela fixa aqui, depois arrancaram ela e colocaram essa passarela falsa, acabaram com o ponto de ônibus por causa do BRT e nem tem BRT. Acho um absurdo", questionou.
A protetora de animais da comunidade de Acari e diarista, Jeane Senna Dias, de 41 anos, também relatou a cena de horror que presenciou. "Achamos que iria explodir tudo, que iríamos morrer. Foi muito desesperador. O metrô estava lotado e as pessoas batendo no vidro, assustadas porque ninguém entendia o que tinha acontecido. Alguém de dentro do metrô conseguiu quebrar uma das janelas e logo em seguida o maquinista e os bombeiros chegaram e conseguiram abrir as portas e todos saíram um por um, graças a Deus".
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Segundo testemunhas, um caminhão foi fechado por um carro de passeio, perdeu o controle na Avenida Martin Luther King Jr e acabou colidindo. Na batida, a passarela, que não pertence ao MetrôRio, caiu em cima dos trilhos. Uma composição vinha logo em seguida, sentido Pavuna, e precisou frear. Ainda assim, arrastou por alguns metros os pedaços da passarela. Com o impacto, as portas travaram, e os usuários ficaram presos por alguns minutos dentro dos vagões, sem conseguir sair. O motorista do caminhão sofreu apenas ferimentos leves.
Ao longo desta sexta-feira, agentes da prefeitura trabalham para içar a estrutura da passarela e retirar o caminhão da Avenida Pastor Martin Luther King, sentido Pavuna, e assim liberar a via. O trânsito está sendo desviado para a Avenida Brasil. A Linha 2 do metrô já opera normalmente, após cinco estações fecharem por conta do acidente.