Navio MSC Preziosa retorna ao Rio com novos casos de covid-19Marcos Porto / Agência O Dia

Rio - O navio MSC Preziosa, que esteve no Rio no último domingo, retornou a cidade nesta quarta-feira com mais casos confirmados de covid-19. Inicialmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que cerca de 25 tripulantes e oito passageiros estavam infectados pela doença. Horas depois, a Secretaria de Saúde do Rio atualizou para 81 o número de passageiros e tripulantes infectados. São 61 tripulantes e 20 passageiros, dos quais 16 brasileiros (2 moradores da cidade do Rio de Janeiro) e quatro de outra nacionalidade. Todos esses casos e seus contatos estão mantidos em isolamento.
Os passageiros infectados serão desembarcados por Transporte Seguro da empresa responsável pela embarcação. Já os moradores da cidade do Rio e cidades próximas serão encaminhados para isolamento em domicílio. Os residentes de fora do Rio serão isolados em um hotel da capital. Os tripulantes permanecerão a bordo do navio sendo acompanhados pela equipe de saúde da embarcação, sem desembarque na cidade do Rio. Companhias de cruzeiros suspenderam as operações na costa do Brasil até 21 de janeiro.
O transatlântico atracou às 6h30 no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio, com 2,5 mil pessoas a bordo. No domingo, outras 28 pessoas desembarcaram e estão cumprindo dez dias de isolamento.
O navio Costa Fascinosa está previsto para chegar ao Rio na quinta-feira, com sete pessoas que foram diagnosticadas com covid-19, sendo cinco tripulantes e dois passageiros.
Entenda
Na noite de Réveillon, o navio ficou ancorado na Praia de Copacabana. Depois da virada do ano, ele seguiu direto para Búzios, na Região dos Lagos, onde foram identificados os primeiros casos da doença. A empresa responsável pela embarcação informou que todos os casos eram assintomáticos ou com sintomas leves.
Depois de mais de 8 horas de espera, centenas de passageiros puderam embarcar no MSC Preziosa por volta das 21h, deste domingo, para uma nova viagem de sete noites por Ilhéus, Salvador e Maceió. Segundo relatos, houve um atraso no embarque por conta da saída dos hóspedes no início da tarde. No local, passageiros reclamaram da falta de atendimento e ausência de esclarecimentos sobre os casos confirmados da doença a bordo.
De acordo com Gabriela Guerreiro, de 34 anos, a MSC remarcou o destino sem qualquer aviso prévio. "Estamos indo para Ilhéus, mas eu comprei para Buenos Aires. Eles remarcaram sem avisar a gente. Estou há seis horas na fila, sem informação nenhuma. Toda vez que a gente pede informação para algum funcionário, eles falam que não tem nada a declarar".
"Não falam o motivo da fila, nem se vai ter embarque, nem nada, nenhuma informação. Na fila, sem banheiro, o que está salvando são esses carrinhos de comida, mas sem estrutura nenhuma. O atendimento da MSC está horroroso, péssimo", apontou a empresária.
A Anvisa disse que o desembarque dos passageiros foi iniciado após avaliação das autoridades de saúde da situação epidemiológica a bordo. A agência informou que há capacidade para 3.016 passageiros, em atendimento ao protocolo vigente e que a embarcação está no nível 3 do cenário epidemiológico. De acordo com essa avaliação, os embarques neste domingo foram autorizados. 
A MSC identificou os casos na rotina de monitoramento de saúde, que inclui testagens frequentes e diárias de 10% dos hóspedes e tripulantes. O grupo foi isolado em uma seção dedicada e separada do navio, em cabines com varanda, seguindo as medidas previstas para este tipo de situação.

A empresa afirmou que o protocolo de saúde e segurança implementado prevê que, no momento do embarque, todos os hóspedes com 12 anos ou mais apresentem comprovante de vacinação completa contra a COVID-19 e todos os hóspedes a partir de 2 anos apresentem teste de covid negativo.
Suspensão
Após detectar surtos de covid-19, a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) informou na segunda-feira que as empresas suspenderão suas operações na costa do Brasil até 21 de janeiro. Essa decisão acontece após a Anvisa reforçar a interrupção imediata da temporada de cruzeiros devido aos casos da doença.
As pessoas que estavam com viagem marcada para o período da suspensão, a Clia indica procurar as companhias responsáveis pelos cruzeiros e verificar a política de cada uma para essa situação.