A estação Gramacho ficou lotada após a SuperVia suspender a circulação dos trens nos ramais Saracuruna e Belford RoxoMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Os passageiros da Baixada Fluminense enfrentaram problemas nos trens da SuperVia e nos ônibus de linhas intermunicipais na manhã desta quarta-feira. A partir das 8h20, as composições do ramal de Saracuruna voltaram a circular, mas somente às 13h46, o ramal de Belford Roxo foi normalizado. Além disso, os rodoviários decidiram entrar em greve durante a madrugada. No entanto, por volta das 7h30, a operação foi normalizada e todos os coletivos já voltaram a circular na cidade.
A SuperVia disse que 54 estações foram fechadas às 5h35 e reabriram gradualmente a partir das 8h20. Os ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri não foram afetados. 
Nas redes sociais, os passageiros reclamaram da situação do transporte. "Mais um dia no paraíso na estação de Gramacho. 2022 não é pra amadores", disse um. "E aí SuperVia, qual a desculpa dessa vez? Todas as estações estão FECHADAS de Caxias até Triagem. Quero saber quem vai ressarcir meu dia de trabalho perdido? Nós usuários deveríamos nos unir e mover uma ação pública contra esta empresa sem qualquer respeito com o cliente", detonou outro.
"O sistema de trens do Rio é ruim desde sempre, não tem novidade nenhuma nisso. Deveríamos cassar a concessão da SuperVia e fazer um novo leilão", falou mais um. "Triste o descaso que a SuperVia tem com os trabalhadores que precisam dos trens para chegar ao trabalho", lamentou outra.
Os usuários estão sendo informados pelo sistema de áudio das estações. "Técnicos trabalham para restabelecer o sistema de sinalização e normalizar a circulação no menor tempo possível", informou a SuperVia.
A suspensão dos dois ramais acabou afetando seis municípios da Baixada: Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti.
Multa
O Conselho Diretor da Agetransp decidiu aplicar uma multa de R$ 2.271.981,12 à SuperVia por descumprimento da fase 1 do Plano de Investimentos da concessionária no sistema de transporte ferroviário. O projeto foi pactuado entre a operadora e o governo do estado através dos 8º e 9º termos aditivos ao contrato de concessão em 2010. A penalidade foi aplicada em sessão regulatória realizada no dia 29 de março.
Balanço furto de cabos

Entre janeiro e março de 2022 foram registradas 348 ocorrências de furtos de cabos, o que representa um aumento de 133% em relação ao mesmo período de 2021.

"Em todo o ano passado houve 861 ocorrências de furto de cabos de cobre de sinalização, um número 142% maior na comparação com todo o ano de 2020. O gasto com a reposição foi de R$ 1,65 milhão (valor gasto com material)", informou a SuperVia.
Greve de ônibus
Alguns motoristas de ônibus intermunicipais entraram em greve à 0h desta quarta-feira. Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por exemplo, os coletivos com destino à Barra da Tijuca não estavam rodando. Mas, por volta das 7h30, a circulação foi normalizada e todos os ônibus já voltaram a circular na cidade.
Os rodoviários estavam reivindicando reajuste salarial e benefícios. A greve havia sido convocada pelo Sindicato dos Rodoviários de Nova Iguaçu e região, que representa ainda Mesquita e Nilópolis. 
A categoria disse que estão há três anos sem aumento e não aceitou a proposta patronal, de 2% de aumento e mais R$ 20 na cesta básica.

Em nota, o Transônibus, sindicato que representa essas empresas, afirmou que mantém as negociações com os motoristas. "Por decisão em caráter liminar, a Justiça determinou o comparecimento mínimo de 60% dos trabalhadores, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. É oportuno ressaltar que, em busca de diálogo com os rodoviários, foram feitas várias propostas de acordo, todas sem sucesso".
Em um vídeo postado na internet, um representante da categoria aparece avisando à população em um carro de som sobre a greve. "Iremos cruzar os braços. A partir de meia-noite, greve geral no transporte público da Baixada Fluminense", disse o homem.
Greve em Petrópolis
Uma greve de motoristas de ônibus está prejudicando a locomoção em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, nesta quarta-feira. A paralisação ocorre mesmo com uma determinação judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que proibiu a greve até o dia 25 de abril, data da próxima audiência, sob pena de R$ 100 mil de multa diária ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários da cidade em caso de descumprimento.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Petrópolis (Setranspetro), por volta da meia-noite, trabalhadores aguardavam a chegada dos ônibus nos pontos e terminais para voltar às suas casas, o que não aconteceu. Pela manhã, o deslocamento da população ficou comprometido, assim como os estudantes, que perderam o dia de aula.

"Com as ruas vazias, o comércio volta a sofrer duras consequências da paralisação, que dificulta a recuperação da economia da cidade, podendo, inclusive, comprometer os postos de trabalho em diversos setores da economia", disse o Setranspetro.
Na audiência no TRT, as empresas apresentaram oferta de reajuste salarial de 5% (cinco por cento) em abril, 2,5% (dois e meio por cento) em julho e 2% (dois por cento) em novembro, percentuais estes que incidiriam sobre o valor dos salários de março de 2022. Além disso, mantiveram a oferta de 10% (dez por cento) de reajuste no valor da cesta básica, este, oferecido de forma integral a partir de abril deste ano.

O sindicato ainda relembra que a pauta de reivindicações foi entregue em janeiro e dentre os principais pontos pedidos está o reajuste salarial de 17%, a ampliação no valor referente a cesta básica para R$ 700,00 e o fim da hora fracionada de almoço.

O órgão que representa os trabalhadores disse que está aguardando contato por parte do Setranspetro para que se inicie uma nova rodada de negociações.