Antônio Pirangi de Souza, 76 anos, morto após ser baleado na comunidade da Nova HolandaFoto: Reprodução/Redes Sociais

Rio - O corpo de Antônio Pirangi de Souza, de 75 anos, morto ao ser baleado na favela da Nova Holanda, foi sepultado na tarde deste sábado (12), no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio, sob forte comoção de familiares e amigos. O idoso era morador da comunidade do Complexo da Maré, na Zona Norte, e estava sentado em um bar, quando foi atingido durante um confronto entre criminosos e policiais militares. 
Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver o idoso sentado, de blusa azul, em uma mesa de bar com a camisa manchada de sangue e sendo socorrido por dois homens em uma motocicleta. A vítima chegou a ser levada para o Hospital Federal de Bonsucesso, também na Zona Norte, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, na sexta-feira (11).
Antônio foi atingido por um tiro no tórax e o projétil perfurou pulmão e coração. O idoso era aposentado, mas trabalhava como servente e tinha o costume de frequentar o bar onde foi baleado. Segundo o filho da vítima, José Jardiel Pirangi, a família veio do estado da Paraíba, já morava na favela da Nova Holanda há 40 anos e nunca teve ligação com o crime organizado da região. 
O caso aconteceu no momento em que a Polícia Militar realizava uma operação de emergência, na última quinta-feira (10), para libertar um motorista de caminhão de carga que havia sido sequestrado e levado para o interior da favela. O condutor, o veículo e parte da carga foram recuperados. Na ação, as equipes do 22º BPM (Maré), que atuavam com apoio do 3º BPM (Méier) e 16º BPM (Olaria), foram atacadas a tiros e houve confronto. 
Durante a troca de tiros, além de Antônio, um suspeito identificado como Hainner Martins de Moraes, 31, também foi atingido e morreu no hospital. Segundo a PM, ele utilizava um documento falso com o nome de Kelson José Martins, e seria um foragido do estado do Mato Grosso. Com o homem, foi apreendido um fuzil. No momento do tiroteio, acontecia um evento organizado pelo MC Poze do Rodo, para divulgar seu novo clipe. No local, estavam instalados brinquedos e um telão, que foram retirados por conta da operação.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e já ouviu os policiais militares envolvidos na ação, que tiveram suas armas apreendidas para a perícia. Além disso, os agentes da especializada realizam diligências para identificar os autores do crime.