Ana Sodré mostra que a solução pode ser menos complexa se tomados alguns cuidados preventivosDivulgação / Raquel Morais

SÃO GONÇALO - São comuns as mudanças bruscas de temperatura e a meteorologia instável durante o inverno na maior parte do Brasil. Isso afeta a saúde humana, aumentando os casos de doenças respiratórias, principalmente gripes e resfriados em idosos e crianças, conforme registros em hospitais e UPAs. A epidemiologista Ana Sodré explica o porquê da instabilidade climática em uma mesma estação do ano, os efeitos no organismo do brasileiro - principalmente na região metropolitana fluminense - e as formas de prevenir ou cuidar de tais consequências.
A mudança de temperatura repentina, segundo a médica, decorre das correntes climáticas, como a massa de ar quente e de ar frio, fruto do aquecimento nos polos e na área tropical, o que altera o clima geral. "O organismo humano tem uma temperatura ideal para que todo o mecanismo funcione de maneira adequada e requer um tempo para se ajustar às mudanças mais rápidas. Essas variações que vemos no Rio de Janeiro são bastante prejudiciais aos idosos e às crianças, mais suscetíveis a doenças no frio ou calor intenso, devido à saúde mais delicada", explica ela.
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A especialista gonçalense alerta para as alergias, não só ao ar frio, como também à poeira - quase imperceptível aos olhos - que se acumula nas roupas de frio, justamente por serem pouco usadas nesta região do sudeste. “É preciso ter atenção ao tirar as roupas de frio guardadas há muito tempo do armário, pois são peças-chave para atacar quem sofre de asma, bronquites e alergias. As pessoas tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados, o que também favorece a propagação de micro-organismos causadores dessas doenças”, conta.
Outro inimigo da saúde nas temperaturas mais baixas, de acordo com Ana Sodré, é o menor consumo de água, justamente pela menor sensação de sede, já que o corpo expele menos suor no frio. "Crianças costumam beber menos água, assim como o idoso, que geralmente já é desidratado. Eles suam menos e por isso urinam mais, mas sem a reposição da quantidade certa de água no organismo", atesta ela. 
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Para a médica, os dias quentes demais também fazem um contraponto com o aparecimento de sintomas indesejados. “Ingerir menos água do que o necessário pode causar um desequilíbrio hemodinâmico, gerando tonturas, desmaios, torpor, mal estar, sensação de fadiga e até vômitos e diarreias. Esse fator associado ao consumo de alimentos pesados pode causar infecções”, garante ela, já indicando o caminho correto para o reequilíbrio.