Rio - Febre, dor de garganta e de cabeça, calafrios, tosse, coriza e alterações no olfato ou paladar são os sintomas da síndrome gripal, que voltaram a circular com frequência na cidade do Rio nas últimas semanas. Desde o início de maio, a busca por testes de covid-19 aumentou entre os cariocas que querem descobrir se contraíram a doença ou se estão apenas gripados. O crescimento na taxa de positividade dos exames também tem levado a população que estava com as vacinas atrasadas a fazer filas nos postos para colocar a caderneta em dia.
Somente nesta segunda-feira (6), a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) aplicou 47 mil doses contra o novo coronavírus. No Dia D de vacinação, que aconteceu no último sábado (4), 65.098 outras doses também foram distribuídas. Atualmente, 88% da população total carioca foi vacinada com as duas primeiras doses, 67% dos adultos e 18% dos adolescentes entre 12 e 17 anos receberam o primeira reforço. Além disso, 54,3% dos idosos com 60 anos ou mais e 9% das pessoas dos 50 aos 59 anos estão imunizados com o segundo reforço.
Entretanto, o atraso de 1,8 milhão de pessoas na procura pela dose de reforço justifica o aumento de casos. Atualmente, a taxa de positividade da cidade está em 23%. Na rede municipal de saúde, há 88 pacientes internados por síndrome respiratória aguda grave e outros 16 aguardam vaga por leitos. Além disso, a SMS sofre com desabastecimento da vacina da Pfizer para uso em pessoas de 12 anos ou mais.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que vai receber, nesta terça-feira (7), do Ministério da Saúde (MS), a segunda remessa de vacinas Pfizer contra covid-19, totalizando 1.000.350 doses. O lote é destinado à aplicação da dose de reforço de adolescentes de 12 a 17 anos. Segundo a pasta, o município do Rio fará a retirada de 402 mil doses hoje.
A procura pela vacina da gripe também aumentou. Ontem, a SMS aplicou 35 mil doses e outras 139.36 no Dia D. O imunizante está disponível para toda a população a partir dos seis meses de idade. No início, a campanha foi voltada apenas para os grupos prioritários. Ao todo, foram aplicadas 1.235.437 doses. A cobertura total da vacinação está em 46%. Entre os idosos, a cobertura é 55%; de 45% entre os trabalhadores da saúde; 24% entre as gestantes; 18% entre as puérperas; 35% entre as crianças e 26% entre os trabalhadores da educação.
Entenda como funciona a aplicação das vacinas contra a covid-19
A aplicação do primeiro e segundo reforço vem provocando dúvidas na população. Enquanto as pessoas que receberam Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac podem tomar até quatro doses, de acordo com a faixa etária, os que foram imunizados com a Janssen devem tomar três. Apesar da proteção ser igual para ambos, a diferença na quantidade se dá por conta do esquema primário da vacinação.
Dessa forma, quando o primeiro reforço passou a ser aplicado, em setembro do ano passado, quem havia recebido a segunda dose do esquema primário há quatro meses, tomou a vacina pela terceira vez. Para o grupo que havia recebido apenas uma vacina, foi recomendado que dois meses após a aplicação, eles procurassem os postos de saúde para receber o reforço.
O segundo reforço, que passou a ser oferecido em maio e atualmente é recomendado para pessoas com 50 anos ou mais e trabalhadores da saúde de 40 anos ou mais, consta como a quarta dose para quem foi vacinado com AstraZeneca, Pfizer ou CoronaVac, enquanto é a terceira para quem foi imunizado com a Janssen. As vacinas utilizadas para os reforços são as da Pfizer, AstraZeneca e Janssen, independente das que foram aplicadas no esquema primário.
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