Major dos Bombeiros Wagner Bonin foi sequestrado e mortoReprodução/Redes sociais

Rio - A perícia realizada no cadáver do major Wagner Luiz Melo Bonin, de 42 anos, apontou que o bombeiro foi queimado vivo por traficantes do bairro de São Matheus, em São João de Meriti, Baixada Fluminense. A informação foi confirmada pelo secretário de Defesa Civil e comandante-geral dos Bombeiros, Leandro Monteiro, nesta quinta-feira (17). Ao DIA, ele confirmou que está em contato direto com o secretário de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, e com o secretário da Polícia Militar, coronel Henrique Pires.
"Foi uma covardia o que fizeram com o major. Um profissional exemplar, que trabalhava para salvar vidas todos os dias, resgatar pessoas na mata e no mar. Ele deixa uma família linda, mulher e um filho de dois anos", lamenta Leandro Monteiro. O secretário, que está de férias, também compartilhou que está acompanhando de perto as investigações. "Me informaram que a PM está em operação no Complexo do Chapadão desde às 4h da manhã de hoje (17) e só vão sair de lá quando os responsáveis forem localizados e presos".
A vítima foi sequestrada na tarde de quarta-feira (16) e brutalmente assassinada nas proximidades do Complexo do Chapadão, localizado na Pavuna, Zona Norte do Rio. Hoje (17), o governador do Rio, Cláudio Castro, determinou celeridade das polícias Civil e Militar na identificação dos culpados pela morte do bombeiro.
Wagner desapareceu após ter sido sequestrado por criminosos que atuam na região enquanto tirava fotos de barricadas instaladas na comunidade do bairro onde morava. O major chegou a enviar os registros para a Polícia Militar, pois estava insatisfeito com o avanço da criminalidade na região. O caso está sendo investigado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e até o momento ninguém foi preso. Ainda não foi informado também o local e horário do enterro de Wagner. 
O corpo do major Wagner será enterrado no sábado (19), às 10h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. Amigos da corporação preparam uma homenagem para o colega.
Carreira exemplar
Wagner também era enfermeiro militar. O major desenvolveu suas atividades no Centro de Estudos do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN); no corpo de bombeiros como enfermeiro aeroespacial, e atuou como docente de várias pós-graduações.
Ele também trabalhou nos resgates na tragédia em Brumadinho, em Minas Gerais, trabalho pelo qual foi condecorado com a Medalha Força e Honra do CBMERJ. O profissional tinha título de mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialização em Enfermagem em hematologia e hematoterapia.
Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) lamentou a morte do bombeiro. "O Coren-RJ se solidariza com seus familiares, colegas de trabalho e amigos neste momento de dor. Recebam o nosso sincero afeto e respeito. Que seja feita justiça a Wagner Bonin, e que descanse em paz."
O Corpo de Bombeiros também lamentou a morte brutal do militar. Leia na íntegra:
"A corporação se solidariza e deseja as mais sinceras condolências a parentes e amigos do militar, que desde 2002 integrava as fileiras da corporação. Psicólogos e assistentes sociais estão à disposição para dar todo o suporte para a família, neste momento de dor. Nossa eterna continência a este eterno herói por todo o trabalho realizado em prol da sociedade, no cumprimento do juramento, honrando a missão de Vida Alheia e Riquezas Salvar. O Major Wagner Bonin jamais será esquecido. Toda a tropa está de luto. O CBMERJ confia na Polícia Militar e na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro para esclarecer as circunstâncias do crime e prender os responsáveis."