Família de Edson Davi não acredita que menino de 6 anos se afogouCleber Mendes/Agência O Dia

Rio - O desaparecimento de Edson Davi Silva Almeida, de 6 anos, completa uma semana nesta quinta-feira (11). O menino foi visto pela última vez por volta das 16h30 de 4 de janeiro, quando brincava próximo à barraca dos pais, na altura do Posto 4 da Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A principal linha de investigação da Polícia Civil é de que a criança tenha sofrido um afogamento, mas a família acredita que ele foi sequestrado. 
O Corpo de Bombeiros realiza hoje o sétimo dia de buscas pelo menino no mar e na extensão da praia, com drones, helicóptero, motos aquáticas, mergulhadores e triciclo. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que investiga o caso, também procura pela criança, utilizando aeronaves com câmeras termográficas acopladas, que detectam as temperaturas, mesmo de grandes distâncias. A ação tem apoio do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Saer/Core).
Nesta quarta-feira (10), a especializada confirmou que descartou a possibilidade do sequestro de Edson Davi. Os agentes obtiveram imagens que mostram o menino brincando na areia, próximo ao mar, ao lado de uma bandeira vermelha de alerta sobre os riscos aos banhistas, antes de desaparecer. Além disso, uma testemunha relatou que ele entrou no mar três vezes enquanto jogava futebol com outra criança e que o pai, Edson dos Santos Almeida, chegou a chamar a atenção do filho.
Também em depoimento, um funcionário da barraca da família disse que pediu que a criança saísse do mar, que estava revolto e com ondas grandes. Pouco antes do seu desaparecimento, o menino pediu uma prancha de bodyboard emprestada para um barraqueiro, que negou, também por conta das condições da água. Logo depois, Edson Davi seguiu em direção à barraca dos pais.
Nesta quarta (10), familiares e amigos realizaram um novo protesto, na altura do Posto 4 da Praia da Barra, onde ele foi visto pela última vez. Os manifestantes exibiram faixas, cartazes e constestaram o afogamento da criança. O grupo ainda pediu que as pessoas que aparecem no vídeo dele brincando próximo à água prestem depoimento na DDPA. "Edson Davi está vivo. Ele não se afogou. Ele chama por nós", dizia uma faixa no ato. 
Pouco antes de desaparecer, o menino brincava com duas crianças e um estrangeiro, próximo à barraca dos pais e, inicialmente, a família acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado pelo turista. Entretanto, o argentino foi ouvido pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros e relatou que apenas jogou bola com a Edson Davi e seus filhos e, logo em seguida, voltou para o hotel onde estava hospedado. O homem ainda acrescentou que não viu para onde ele foi depois. 
O estrangeiro não é considerado suspeito, já que câmeras de segurança da região mostraram ele e a família deixando a praia e voltando para o hotel sem a presença do menino. Em um vídeo obtido da câmera de segurança de um quiosque, o menino aparece andando sozinho por um trecho no calçadão da praia, de cerca de 100 metros. Em seguida, ele conversa com um homem e volta para a areia. Nas redes sociais, a irmã de Edson Davi, Giovana Araújo, disse que depois desse registro, não houve mais imagens da criança no local. 
O Centro de Operações Rio (COR) disponibilizou imagens de cinco câmeras de monitoramento instaladas nos postos 3, 4 e 5, conforme solicitado no inquérito do desaparecimento. No último sábado (6), parentes receberam a informação de que a criança estaria em uma loja da rede McDonald's, na Avenida Ayrton Serra, também na Barra da Tijuca, com um casal e outro menino. Por meio de uma foto enviada a eles, o pai da criança afirmou ao DIA que se tratava do filho e, junto com a mãe, chegou a comemorar. Eles foram até a lanchonete, mas o menino não estava no local.
O menino que aparece na imagem no estabelecimento não é o desaparecido e, após a repercussão, a família compareceu à 43ª DP (Guaratiba) para esclarecer que ele foi confundido com Édson Davi. Em um vídeo publicado nas redes sociais, a mulher diz que se trata do seu enteado, filho do seu marido, que tem características físicas parecidas. Segundo a DDPA, os relatos de crianças semelhantes estão sendo apurados, inclusive com a colaboração de policiais de outras unidades da federação, mas nenhum se mostrou verídico.
Edson Davi usava uma camisa de manga térmica preta, vestia uma bermuda da mesma cor e estava descalço. O Disque Denúncia pede ajuda para localizar a criança e recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
Enquanto as buscas pelo menino continuam, a barraca da família segue fechada. Por isso, clientes e amigos abriram uma vaquinha online para ajudar os donos do estabelecimento e seus funcionários. A iniciativa pretende arrecadar R$ 50 mil e vem sendo amplamente divulgada nas redes sociais. Até a manhã desta quinta-feira, aproximadamente R$ 4 mil foram arrecadados. A doação pode ser realizada no site Vakinha.