Além de enfrentar um processo de impeachment na Alerj, governador é alvo de críticas de servidores, que formalizaram mais um pedido de audiência com ele para tratar de temas relativos ao funcionalismo
Por PALOMA SAVEDRA
Além de enfrentar um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o governador Wilson Witzel é alvo de críticas das categorias do funcionalismo estadual. Os servidores cobram diálogo de Witzel, e, pela segunda vez, protocolaram na última sexta-feira um pedido oficial para que o chefe do Executivo se reúna com representantes do serviço público fluminense.
Na pauta, as progressões e promoções nas carreiras, o Regime de Recuperação Fiscal do Rio (RRF), entre outros assuntos. O ofício é do Fórum Permanente dos Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Fosperj).
Antes da pandemia do novo coronavírus, aliás, integrantes do fórum chegaram a ter audiências com parlamentares da Alerj pedindo uma interlocução com o governo. A ideia era fazer com que os deputados conseguissem a abertura do diálogo entre o funcionalismo e o Executivo. Mas, até hoje, não houve avanços nessa iniciativa.
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Recomposição salarial
À época, as categorias tentavam construir uma ponte para uma possível recomposição salarial pelas perdas inflacionárias. A intenção era fazer com que o governador enviasse à Alerj um projeto de lei que contemplasse todo o funcionalismo (Executivo, Judiciário e Legislativo). No entanto, com a pandemia, essa discussão já não está mais em primeiro plano.
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No início do mês, representantes do Fosperj conseguiram uma reunião virtual com o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), além dos deputados Flávio Serafini (Psol) e Luiz Paulo (PSDB), para tratar de temas relativos ao funcionalismo. E voltaram a pedir uma interlocução com o Executivo.
Agora, em nota enviada à coluna, o Fosperj ressaltou a importância do setor para a população, e que isso fica ainda mais evidente nesse período de enfrentamento à pandemia de covid-19.
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“O fórum de servidores, movimento que conjuga a luta de dezenas de categorias, considera inacreditável a falta de diálogo do governador com os servidores. Um ano e meio de gestão, pandemia e todo esse caos no estado e, até agora o governo continua ignorando aqueles que sustentam o que sobrou dos serviços públicos para a população. Somos servidores de carreira que merecem respeito e precisamos ser ouvidos”, diz a nota.
Reformas no horizonte
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O governo fluminense tem algumas reformas (como a administrativa e a previdenciária) para tirar do papel. Em relação à administrativa, em abril, o Executivo enviou uma proposta à Alerj para a retomada do Programa Estadual de Desestatização (PED). Na prática, é para a privatização de estatais e oferta de Programa de Demissão Voluntária (PDV) a funcionários celetistas de empresas e fundações.