Witzel pede ao STF cassação de decisão do STJ que o afastou do cargo
Defesa do governador afastado contesta a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves
Por O Dia*
Rio - A defesa do governador afastado Wilson Witzel (PSC) entrou com um pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) pela cassação da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o afastou do governo do estado. O recurso foi pedido nestas segunda-feira, três dias depois da Operação Tris in Idem, que tirou Witzel do cargo por pelo menos seis meses, e foi distribuído ao presidente da Supremo, ministro Dias Toffoli.
A defesa do governador contesta a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que considerou adequada a perda temporária do cargo, por pelo menos seis meses, "para fazer cessar as supostas atividades de corrupção e lavagem de dinheiro" denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). A Procuradoria chegou a pedir a prisão do mandatário, negada por Gonçalves.
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O afastamento do governador foi determinado após investigações do MPF apontar o envolvimento dele em desvios de recursos públicos. Além do afastamento do governador, Benedito determinou a prisão de 17 pessoas e o cumprimento de 82 mandados de busca e apreensão sobre o caso.
A quadrilha foi dividida em três grupos, que disputavam o poder com desvio de recursos dos cofres públicos. O esquema era liderado por empresários, que lotearam as principais secretarias, como a da Saúde, para criar esquemas que beneficiassem as próprias empresas.
Com isso, a previsão do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), é de que o relatório seja votado em cerca de duas semanas pelo plenário. A comissão especial que analisa o afastamento deve concluí-lo até a quinta-feira da outra semana, dia 10 de setembro, considerando o prazo dado a Witzel para apresentar sua defesa.
Além da comissão do impeachment, um outro colegiado especial foi formado para analisar as suspeitas de desvios na Saúde durante a pandemia. Presidida pela deputada e pré-candidata à prefeitura Martha Rocha (PDT), essa comissão também encaminhará documentos que devem embasar o impeachment.