Quando a vereadora e o motorista foram mortos, o titular da DHC era o delegado Giniton Lages. À época, o governador era Luiz Fernando Pezão (MDB), mas a segurança pública no estado estava sob intervenção federal. O interventor era o general Walter Braga Netto e o secretário de Segurança Richard Nunes.
Um ano depois do crime, logo após identificar o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz como autores do crime, em março de 2019, Lages foi substituído pelo delegado Daniel Rosa. O Rio já era governado por Wilson Witzel (PSC), que extinguiu a Secretaria de Segurança.
Em 28 de agosto, Witzel foi afastado do cargo pela Justiça e seu vice, Cláudio Castro (PSC), assumiu como governador interino. Dezessete dias depois, nesta segunda-feira, Castro anunciou a troca do secretário de Polícia Civil.
Cardoso então trocou Daniel Rosa por Moyses Santana. Rosa já era o responsável pela investigação da morte de Marielle em outubro de 2019, quando o depoimento de um porteiro envolveu o presidente Jair Bolsonaro no caso. Bolsonaro, que na época do crime era deputado federal, e Ronnie Lessa tinham casas no mesmo condomínio, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Questionado pela imprensa se a substituição de Rosa foi causada por interferência política, Turnowski negou. Segundo ele, tratou-se de uma troca por razões técnicas e a investigação sobre as mortes de Marielle e Anderson seguirá avançando.
A reportagem questionou a Polícia Civil sobre as mudanças, mas ainda não obteve resposta.