Irmão do miliciano Ecko entra com pedido de habeas corpus para ser solto
Wallace da Silva Braga foi preso no último dia 11 de maio, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Atualmente, ele cumpre pena na prisão de segurança máxima por ser considerado um preso de alta periculosidade
Wallace da Silva Braga, irmão do miliciano Ecko - Divulgação / Portal dos Procurados
Wallace da Silva Braga, irmão do miliciano EckoDivulgação / Portal dos Procurados
Batata cumpre pena na prisão de segurança máxima, no Complexo de Gericinó, em Bangu. A medida foi necessária porque logo após a sua captura, antes mesmo dos agentes chegarem com o irmão de Ecko na delegacia, o setor de inteligência da Polícia Civil descobriu que milicianos planejavam resgatá-lo. Wallace foi considerado um preso de alta periculosidade.
Batata já chegou a ter um mandado de prisão preventiva por organização criminosa, em 2018, mas foi revogado.
Foi necessário um esquema de escolta especial para levá-lo ao Instituto Medico Legal (IML) para exames e depois para o Presídio de Benfica, onde é feita a triagem. Batata foi destinado para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1. A unidade abriga os bandidos mais perigosos do Rio.
De acordo com a Draco, Wallace já foi apontado como um dos homens de confiança de seu irmão, e responsável pela cobrança do gatonet em todas a região onde Ecko atuava: Santa Cruz e Campo Grande. Ao ser preso, Batata tentou tomar o fuzil de um dos agentes e ameaçou a equipe policial, de acordo com a Polícia Civil.
Morte do miliciano mais procurado
Publicidade
Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi capturado na manhã de sábado (12) durante uma operação da Polícia Civi, no bairro de Paciência, na Zona Oeste do Rio. Ele teria ido para casa para passar o Dia dos Namorados com a esposa e os filhos. Durante a operação o miliciano foi baleado e levado para para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
A operação batizada de 'Dia dos Namorados' é parte da Força-Tarefa de Combate às Milícias, criada em outubro de 2020, com o objetivo de asfixiar o braço financeiro das organizações criminosas. Ela foi concluída após uma ação sigilosa da polícia e com a ajuda de informações do setor de inteligência da corporação. Poucos agentes sabiam da ação, para evitar que a operação vazasse. Ecko já havia conseguido fugir de diversos cercos da polícia por ter informantes nas corporações.
Publicidade
Com a morte de Ecko, a Polícia Civil já sabe quem podem ser os possíveis herdeiros na linha sucessória do grupo controlado pelo miliciano, que tinha sob seu domínio territórios extensos na Zona Oeste e Baixada Fluminense. O DIA apurou que entre quatro nomes, dois são irmãos de Ecko, o que daria o pontapé a uma terceira geração do crime na família Silva Braga - o irmão de Ecko, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, foi o principal nome da milícia até sua morte, em abril de 2017.
'Garça' e 'Latrel', homens de confiança, podem assumir o poder, mas Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e Wallace da Silva Braga, o Batata, irmãos de Ecko, também estão na 'linha sucessória' da milícia. Em coletiva no sábado (12), o delegado da Draco, William Pena, afirmou que haverá representação para que Wallace vá para um presídio federal.
"Ao longo de vários meses, nós fomos montando esse quebra-cabeça que é a milícia do estado. Eles se antecipam normalmente em relação as nossas equipes, até em relação a aeronave", disse Pena. "A investigação continua.O irmão dele foi preso e tentou tomar o fuzil de um dos policiais da Draco. Vamos representar que ele vá para presídio federal, considerando que ele pode estar na linha sucessória".
Ecko ganhou a liderança da maior milícia do estado quando o irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, foi morto em uma operação policial, em abril de 2017. Desde então, Ecko expandiu seu território e fechou parcerias com traficantes de diferentes pontos do Rio e da Região Metropolitana.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.