Rio - Pouca gente ouviu falar em logística reversa, mas a greve dos garis mostra como esta prática é importante e poderia ter colaborado para deixar as ruas menos sujas no Carnaval. A lógica é simples: empresas são obrigadas a recolher os produtos que fabricaram e que foram descartados. Segundo o deputado estadual e ex-ministro do Ambiente Carlos Minc (PT), muitos empresários ainda resistem à prática.
O Brasil já aderiu à logística reversa?
Muito pouco. Infelizmente, estamos bastante atrasados em algo que poderia reduzir muito a quantidade de lixo em ruas e aterros sanitários. Em Portugal, 80% dos detritos são recolhidos por fabricantes dos produtos.
E por que isso não acontece aqui?
Há uma resistência muito grande das empresas. A Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que entrará em vigor no fim deste ano, determina que elas têm que arcar com parte da coleta, mas muitas não querem coçar o bolso para fazer o serviço, principalmente as que fabricam embalagens e garrafas PET.
Há exceções?
Sim. Existem empresas de baterias de automóveis que só vendem uma unidade quando há a devolução da antiga. O cliente da Nokia tem desconto quando leva uma bateria antiga até a loja.