São Paulo - Ser rebaixado jamais é motivo de orgulho, mas no Campeonato Inglês não deixa de ser lucrativo. Na última terça-feira, a Premier League anunciou os valores que os 20 clubes da divisão de elite nacional receberão pela temporada 2014-15, encerrada em 24 de maio. A liga mais lucrativa do futebol mundial distribuirá exatamente 1.605.232.900 libras, algo em torno de R$ 7,7 bilhões. Chama a atenção a fatia reservada ao Queens Park Rangers: o último colocado (e, claro, relegado à Championship, a Série B inglesa) vai faturar por sua campanha de apenas oito vitórias em 38 rodadas o equivalente a R$ 311,4 milhões (64,8 milhões de libras).
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Levar esse montante à realidade brasileira significa dizer que o QPR embolsará mais do que Corinthians e Flamengo, os clubes mais populares do país, recebem juntos apenas por direitos de TV - R$ 110 milhões anuais cada, até 2016. Alvinegros e rubro-negros são os que mais recebem da Rede Globo, que detém a exclusividade de transmissão, numa divisão baseada preferencialmente em potencial de audiência em rede aberta e fechada.
Na Inglaterra, as fontes de renda são abrangentes e as fatias são distribuídas de forma mais equlibrada. Os 20 clubes recebem o mesmo porcentual nos lucros por acordos comerciais e transmissão de jogos fora do país. Metade do arrecadado por direitos de TV com emissoras locais também é dividido por igual. Há também um pagamento por mérito, baseado na classificação final, entre outros critérios.
Existe também o fator administrativo, já que a Premier League é uma associação desmembrada da Football Association, a federação de futebol da Inglaterra, que administra as seleções nacionais, o que dá mais poder de barganha aos clubes. No Brasil, como é sabido, a gestão do Campeonato Brasileiro pertence à CBF, que monopoliza a organização e a comercialização do torneio.
O campeão Chelsea foi o clube mais agraciado com a divisão dos lucros da Premier League: quase 99 milhões de libras, ou cerca de R$ 475 milhões. Já o Cruzeiro, por faturar o bicampeonato nacional, ganhou premiação da CBF de apenas R$ 9,2 milhões, valor que não pagava nem 6% do departamento de futebol do clube em 2014.
Reportagem de Thiago Rocha para o iG
