Os casos mais recentes de contaminação aconteceram no Corinthians e no Atlético Goianiense. Na terça-feira, o clube paulista registrou dois testes positivos: do zagueiro Gil e o do atacante Léo Natel. O clube afirmou que, "mesmo existindo evidências de que os exames de RT-PCR podem permanecer positivos durante um longo período, mesmo após já terem cumprido quarentena, e sem transmissão do vírus", preferiu afastá-los do restante da equipe. Assim, eles não participarão da partida contra o Atlético-MG, nesta quarta, em Belo Horizonte.
O Atlético Goianiense, por sua vez, se deparou com quatro testes positivos entre seus atletas. Diferentemente da decisão do Corinthians, entrou com um recurso na CBF para escalar os quatro jogadores que testaram positivo. O clube justificou que os atletas tinham sido contaminados anteriormente e, de acordo com o próprio protocolo elaborado pela entidade, não havia mais riscos de transmissão. A CBF aceitou a solicitação e liberou os jogadores para a partida contra o Flamengo.
Apesar de divergentes, os casos possuem uma semelhança: a aplicação do teste RT-PCR. "Esse teste detecta partículas do RNA do vírus e não o vírus completo. Ele pode ficar positivo por algumas semanas, mesmo que a doença esteja curada e a pessoa não esteja mais transmitindo. Nós não recomendamos a realização deste teste em exames de rotina ou de controle para a liberação de pessoas infectadas pela covid-19, que cumprem isolamento", explicou o infectologista Renato Grinbaum, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), que afirma ainda que os testes não são utilizados para determinar o índice de contagiosidade de uma pessoa.
"Nós utilizamos um número padrão determinado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Hoje, a recomendação é manter o isolamento de 14 dias após o surgimento dos primeiros sintomas. Para uma pessoa assintomática, que testou positivo para covid-19 em um exame RT-PCR, a recomendação é a mesma, ou seja, 14 dias de isolamento Nós não fazemos o exame novamente para comprovar se a pessoa é infectante ou não. Nenhum exame indicará isso", concluiu Grinbaum.
Na terça-feira, o CSA, de Alagoas, registrou mais nove casos de covid-19 em seu plantel. Ao todo, são 18 atletas infectados. Isso porque, antes da estreia da equipe na Série B, contra o Guarani, no último sábado, outros nove jogadores já haviam testado positivo para a doença.
No último domingo, o Goiás registrou 10 casos de covid-19 em seu elenco horas antes da estreia da equipe na Série A contra o São Paulo. Os jogadores do time tricolor paulista já estavam dentro de campo quando foram informados de que a partida não aconteceria.
O confronto entre Goiás e São Paulo não foi o único a ser suspenso. Na Série C, o Imperatriz, do Maranhão, registrou 12 casos de covid-19 entre seus jogadores. O clube enfrentaria o Treze, da Paraíba. Ainda na terceira divisão, o Vila Nova registra dois casos positivos entre seus jogadores, enquanto que São Bento e Brusque possuem um atleta infectado em seus elencos
O Botafogo também registrou dois jogadores infectados. Eles serão desfalque na segunda rodada da Série A - contra o Red Bull Bragantino, em Bragança Paulista (SP) - e finalizam o período de recuperação.
Levantamento feito pelo consórcio de veículos da imprensa, junto às secretarias estaduais de saúde, que reúne Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, registra mais de 3,1 milhões de casos de covid-19 e mais de 103 mil mortes no Brasil em decorrência da doença.
Confira a lista de clubes que registraram atletas infectados nas Séries A, B e C:
SÉRIE A
Goiás - 10 jogadores
Atlético Goianiense - 4 jogadores
Botafogo - 2 jogadores
Corinthians - 2 jogadores
SÉRIE B
CSA - 18 jogadores
SÉRIE C
Imperatriz-MA - 12 jogadores
Vila Nova - 2 jogadores
Brusque - 1 jogador
São Bento - 1 jogador