Jogo decisivo do 
Sul-Americano de 1919 entre Brasil e Uruguai, nas Laranjeiras
 - Acervo Flu-Memória
Jogo decisivo do Sul-Americano de 1919 entre Brasil e Uruguai, nas Laranjeiras Acervo Flu-Memória
Por

Rio - Com tantos erros ao longo da temporada, Fluminense e Vasco, ambos com 42 pontos na tabela, chegam à última rodada do Brasileiro pagando o preço do caos político, financeiro e administrativo. Hoje, tricolores, diante do América-MG, em casa, e vascaínos, contra o Ceará, no Castelão, não podem mais se dar ao luxo de falhar a partir das 17h. Caso contrário, um deles pode pagar preço alto: o rebaixamento e uma perda financeira sem precedentes.

Com as novas mudanças de distribuição de cota da TV do Brasileiro, a queda será um duro golpe. Quando um grande era rebaixado, tinha direito a manter o valor que recebia na Série A em seu primeiro ano na Segundona. A partir de 2019, esse clube terá direito a apenas R$ 6 milhões, mesmo valor de todos os outros participantes.

Ou seja, a permanência vale a sobrevivência de Fluminense e Vasco, afundados em grave crise financeira, fato pontual para que os dois chegassem a esse momento dramático. Mas a falta de dinheiro para contratar e os constantes atrasos salariais que conturbaram o ambiente não foram o único problema.

A crise política também cobrou preço alto. No Vasco, ainda sob influencia de Eurico Miranda, a eleição de 2017 parece nunca ter fim e segue na Justiça, com possibilidade de novo pleito. O que atrapalhou planejamento, busca por patrocinadores, ajuda financeira e gerou pressão da arquibancada. Nas Laranjeiras, grupos de apoio viraram oposição e hoje o presidente, Pedro Abad, passa por um processo de impeachment.

Como esperado em clubes que parecem sem rumo, os resultados não vieram. No Fluminense, eliminações precoces no Carioca e na Copa do Brasil, e campanha digna na Sul-Americana. Já o Vasco, teve como melhor resultado o vice no Carioca, passando por uma decepcionante Libertadores.

Com a falta de resultados, os dois tiveram de conviver com protestos, alguns mais violentos, com invasões de sedes e treinos, deixando os jogadores ainda mais sob pressão. Principalmente os tricolores, que passaram por isso na sexta-feira.

É com todo esse enredo que os clubes entrarão em campo dependendo apenas de si para seguirem na elite. Por incrível que pareça, o Fluminense, mesmo na melhor situação dos que brigam contra a degola, é quem chega mais fragilizado, numa semana conturbada com direito a demissão do técnico Marcelo Oliveira e o seu maior jejum de gols da história: sem marcar e vencer há oito jogos. Já o Vasco, que frequentou a zona de rebaixamento e ganhou respiro com a chegada de Maxi López, viveu semana mais calma, isolando-se de todos na reta final de preparação.

"O risco é mínimo, pois só dependemos de nós e podemos até empatar. A parte mental será fundamental", afirmou Júlio César, goleiro do Flu.

MUDANÇAS EM BUSCA DO GOL E DO ALÍVIO
Publicidade
O auxiliar fixo, Fábio Moreno, avisou que não iria inventar ao assumir o comando do Fluminense mas, ainda assim, realizou mudanças importantes nos três setores do time. Marlon na lateral esquerda, Airton no meio, e Kayke no ataque serão as novidades para hoje.
Igor Julião também será titular, mas já estava previsto por causa da suspensão de Léo. As outras três mudanças foram por opção do técnico interino: Ayrton Lucas vinha mal e foi um dos mais cobrados pelos torcedores que invadiram o treino de sexta. Já as atuações de Junior Dutra e Sornoza vinham incomodando os próprios jogadores nas últimas partidas.
Publicidade
DESFALQUES E MISTÉRIO EM FORTALEZA
Publicidade
O Vasco terá dois importantes desfalques em sua missão de evitar o quarto rebaixamento de sua centenária história as outras foram em 2008, 2013 e 2015: Henrique, lesionado, e Yago Pikachu, suspenso.
Embora Alberto Valentim faça mistério em relação à escalação para o duelo contra o Ceará, o mais provável é que William Maranhão assuma a lateral-esquerda.
Publicidade
Para a vaga de Pikachu, o técnico pode optar por Raul, se escolher uma formação mais cautelosa, ou Marrony, para deixar o time mais ofensivo. Maxi López, que deixou o treino de sexta-feira com dores após pancada na perna, se recuperou e joga hoje.
Você pode gostar
Comentários