Rio - A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou nesta terça-feira o atacante Santiago Tréllez, do Vitória, por racismo. O jogador colombiano foi acusado de ter cometido injúria racial contra o meia Renê Júnior, do Bahia, no clássico disputado no dia 22 de outubro, em rodada do Campeonato Brasileiro.
A denúncia foi feita com base no relato da arbitragem na súmula da partida disputada na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela 30.ª rodada. Segundo o árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique, Renê Júnior alegou ter sido chamado de "macaco" pelo adversário do Vitória.
"Aos 45 mais 2 do segundo tempo, quando a bola estava fora de jogo, o atleta nº 23, Renê dos Santos Júnior, da equipe do E.C. Bahia, veio em minha direção informando que o atleta nº 22, Santiago Tréllez, da equipe do E.C. Vitória, o chamou de 'macaco'. Cabe ressaltar que o fato não foi presenciado por mim e por nenhum membro da equipe de arbitragem", registrou o árbitro da partida.
Apesar disso, Marcelo de Lima Henrique afirmou na súmula que "as atitudes do atleta denunciado que levaram à revolta do ofendido não se limitam a meros xingamentos, tendo por certo extrapolado os limites do que se espera seja razoavelmente aceito como uma simples ofensa. Pelo contrário, diante da reação pode-se ter plena convicção de que houve sim ato discriminatório ou, admitindo-se em hipótese por amor ao debate, mesmo ato ultrajante".
Tréllez foi denunciado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". A pena prevista é de suspensão de 5 a 10 partidas e multa de até R$ 100 mil.
Em declarações nas redes sociais, Tréllez negou qualquer palavra racista contra o jogador do Bahia, mas pediu desculpas por qualquer comentário ofensivo. Ele será julgado às 10 horas desta sexta-feira, em sessão da Quarta Comissão Disciplinar.