Rio - Em busca de culpados por conta da briga em São Januário, após o fim do clássico entre Vasco e Flamengo, o Ministério Público citou a Ferj na ação em que pede a interdição do estádio. No entanto, a entidade se defendeu e mostrou preocupação com a procura por um 'bode expiatório' na situação.
Repudiando o acontecido, a federação indicou que a solução para o problema não passa pela punição a um clube ou pela interdição de um estádio, como o MP busca fazer em São Januário.
Em seu comunicado, a Ferj chega a relacionar a violência no clássico com a 'falta de segurança, disseminada e endêmica' no estado do Rio de Janeiro.
Confira a nota na íntegra
?"A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, há muitos anos, pugna pela paz no futebol, repudia veementemente todo e qualquer ato de violência e lamenta os inaceitáveis episódios ocorridos por ocasião, não só da partida entre Vasco x Flamengo, mas também do jogo entre Botafogo x Atlético MG.
Preocupa-se com as ilusórias soluções mágicas, simplistas, superficiais, precipitadas e, provavelmente, até mesmo injustas que eclodem no imediatismo das declarações, como se o encontro de um "bode expiatório" tivesse o condão de solucionar a falta de segurança, disseminada e endêmica em nosso estado. Realidade essa que não poupa o cidadão, onde quer que ele esteja, faixa etária, locais, instituições, a qualquer hora do dia ou da noite e que nos faz lamentar a perda de vidas e o crescente número de vítimas.
Também nos causa preocupação o dilúvio de equívocos no empirismo de inúmeras das proposições que se tem apresentado, sendo incontroverso que nenhuma ação terapêutica levará à cura e à interrupção do processo se não dirigida à etiologia do problema. Para isso, torna-se imperiosa e urgente a necessidade de entendimento, de estudos e de discussões despidas das vaidades dos cargos, mas voltadas para o encontro de medidas e ações criteriosas que tenham eficiência, eficácia e efetividade, com a participação e envolvimento de todos os segmentos que podem contribuir para tal. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro coloca-se inteiramente à disposição das autoridades para debater o assunto em busca das soluções.
Defendemos a rigorosa apuração de responsabilidades e exemplar penalidade dos culpados, mas afirmar que a interdição de um estádio, punição de um clube ou atribuir à Polícia Militar toda a culpa pelos incidentes sejam soluções para a violência nos parece primorosa peça de ficção e desconhecimento do conjunto da obra".